Maputo, 18 de Setembro – O direito à exploração da terra em Moçambique e a guerra civil síria, que tem sido notícia ao longo do último ano e meio, estarão, amanhã, em destaque no Festival Dockanema.

O uso inapropriado da terra é uma das maiores causas de conflitos entre populações rurais e autoridades locais de Moçambique. Atendendo a esta realidade, as organizações Justa Paz e Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (MASC) debatem, Quarta-feira, pelas 16 horas, a temática, logo após a exibição de logo após a exibição de Terra dos Nossos Avós, um filme da autoria do realizador Fábio Ribeiro rodado em Moçambique. O encontro, que se irá desenrolar no Teatro Avenida, tem entrada livre.

Em destaque nas telas do Dockanema estará também o conflito sírio, que tem vindo a vitimar milhares de civis, e que não parece ter fim à vista, com a exibição do filme The Suffering Grasses, When elefants fight, is the grass that suffers, da realizadora Iara Lee. Este é um documentário que explora a guerra civil síria, através da humanidade das pessoas que foram mortas, abusadas e deslocadas para campos de refugiados.

O filme, que será exibido às 17 horas, na Faculdade de Letras e Ciências Sociais, será precedido pela apresentação da curta-metragem Manifesto das Imagens em Movimento, da realizadora moçambicana Diana Manhiça, um filme sobre as obras de remodelação do arquivo cinematográfico do Instituto Nacional de Audiovisual e Cinema, que foram interrompidas, colocando o acervo em risco.

Ainda durante o dia de amanhã, o Centro Cultural Brasil-Moçambique exibe, a partir das 18 horas, dois filmes do Ciclo Grande Hotel: Hóspedes da Noite, do realizador Lícinio de Azevedo, e Grande Hotel, de Anabela Saint-Maurice.

Na Quinta-feira, dia 20 de Setembro, as actividades paralelas do Dockanema continuam com um debate sobre temáticas relacionados com degradação ambiental, promovido pelo Universidade Pedagógica. Durante o encontro, que reúne o corpo académico da instiuição de ensino e o MASC, será exibido o filme Receitas para o Desastre.

Já a Faculdade de Arquitectura, da Universidade Eduardo Mondlane, propõe uma conversa em torno do filmeSonhos Urbanos Africanos, da realizadora Noemie Mendelle. Trata-se de um documentário filmado em Moçambique, que retrata o esforço das famílias moçambicanas que investem na construção das suas casas. Ao mesmo tempo, surgem problemas sociais e políticos nas resoluções e nas ameaças do sonho destas famílias de possuírem habitação própria.

Por último, o Centro Cultural Franco-Moçambicano recebe o filme Alzira, A minha vida com fístula obstétrica, da realizadora Mercedes Sayagues. Durante a apresentação da curta-metragem a protagonista – que estará presente na exibição – dará o testemunho vivo sobre um problema de saúde que afecta 100 mil moçambicanas: o drama da fístula obstétrica, uma lesão que condena ao isolamento e à vergonha, mas que tem tratamento. O encontro está agendado para as 20 horas.

Destaques dia 19 de Setembro

Centro Cultural Franco-Moçambicano

18h00 – Welcome Peter Bossman – Simon Intihar (15`)

Centro Cultural Brasil-Moçambique

18h00 –Hóspedes da Noite – Licínio de Azevedo (53`)– Estreia Mundial

Teatro Avenida

16h00 – A Terra dos Nossos Avós – Fábio Ribeiro (32`)

Faculdade de Letras e Ciências Sociais

17h00 –The Suffering Grasses – Iara Lee (52`)

Destaques dia 20 de Setembro

Centro Cultural Franco-Moçambicano

20h00 – Alzira, A Minha Vida com Fístula Obstétrica – Mercedes Sayagues (5`)

Centro Cultural Brasil-Moçambique

20h00 – Linha Vermelha – José Filipe Costa (80`)

Teatro Avenida

20h00 –Give Up Tomorow – Michael Collins (95`)

Faculdade de Letras e Ciências Sociais

13h00 – Vocacional, Uma Aventura Humana – Toni Venturi (77`)

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Benilde Matsinhe

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